quinta-feira, 4 de agosto de 2011

SERA MESMO?

 

As mulheres estão reclamando das   abordagens masculinas.



Essa eu ouvi pouco depois do meio-dia, enquanto almoçava. Três mulheres, que aparentavam não menos de 30 anos e não mais que 35, saboreavam a sobremesa na mesa ao lado, saciadas após um bom almoço em um bom restaurante do Moinhos de Vento. Me interessei pela conversa delas quando percebi que falavam da última balada em que haviam ido. Provavelmente a do final de semana. Pelo nível das três, acredito que não era qualquer festa em qualquer casa noturna. Falavam assim:
“Eu esperava bem mais do fulano. Ficamos meia hora nos olhando, nos curtindo, na hora em que veio falar comigo…” falou isso e fez aquela cara de decepção, sabe?
Pelo que entendi, a outra das três já tinha ido conversar com o amigo desse primeiro.
“Mas tu também? O meu só sabia falar das viagens que já tinha feito e os países que já tinha conhecido. Depois que ele praticamente me levou para uma volta ao mundo, tentou me beijar, achando que é assim, fácil” e riram, samba-cancioneiro. Riram alto.
Quando ouvi a risada, pensei neste post. Eu não vou generalizar e dizer que todas as mulheres estão achando as investidas masculinas uma droga. Da mesma forma, não penso que todos os homens chegam nas mulheres com esse papinho furado. Algo como um cara passar de carro por uma mulher bonita na rua, buzinar e ela passar a acreditar que ele é o amor da vida dela. Tudo bem, deve ser ótimo para o ego dela saber que está bem fisicamente a ponto de ganhar um buzinaço. Agora: isso deveria ser um elogio? Acho que não, não é mesmo? Se fosse assim, bastaria uma mulher passar do seu lado e você dizer “ô, gostosa” e praticamente ela seria a mãe de seus filhos… Às vezes parecemos homens das cavernas, temos de admitir.
Mas voltando às meninas do almoço: você percebeu, samba-cancioneiro, que por causa desses dois nós, homens bons e que sabemos conversar, estamos fadados a um estereótipo medonho? Elas, talvez, na próxima festa, verão um cara se aproximando e começarão a orar cinco Ave-Marias, oito Pai Nossos, vão pensar no Antônio e todos os outros santos a que são devotas pedindo “por favor, converse bem, seja uma pessoa legal, não seja um imbecil… por favor, meu santinho, só desta vez”. Estou exagerando, claro! Até porque elas poderiam estar fazendo aquela pose de intelectuais e, na verdade, elas que não conseguiram despertar um papo mais cabeça (acho que depois dessa eu vou apanhar aqui).
O que sempre digo nestes casos é: quer arrumar namorado, não vai pra festinha. Não fica esperando teu príncipe encantado em meio às luzes, o neon, o tunti-tunti-tunti. Na balada todos querem curtir, podem inventar quem são, onde foram, onde moram, onde moraram. Mesmo que role uma conversa antes, não dá para levar tão a sério assim um bate-papo na noite. Todos querem impressionar: sejam homens, sejam mulheres. Talvez devido a esse mundo de aparências em que vivemos. Aposto que em um almoço, em um passeio pela Redenção, em um cinema… as coisas seriam bem diferentes. Quase disse para as meninas darem mais uma chance aos rapazes. Falaria apenas uma frase “cabeça”: na noite, todos os gatos são pardos, meninas? Elas não queriam um papo “inteligente”?

Postado por Johnny Saint-Claire
FONTE: CLICRBS/SAMBA CANÇÃO. 

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